A Odisseia, de
Homero, é um dos dois principais
poemas épicos da Grécia Antiga. É uma sequência da Ilíada, que é considerada historicamente a primeira obra da
literatura ocidental (a primeira é a Odisseia).
Mais conhecida do que
propriamente lida, essa obra já virou história em quadrinhos, filmes, seriados
e inspirou músicas e pinturas, peças teatrais e outras formas de manifestação
artística ao longo dos séculos. Mas, para quem sabe ler nas entrelinhas, a Odisseia traz uma importantíssima lição
de vida. Para quem não faz essa leitura naturalmente, há textos como este que
você lê agora.
Resumidamente, trata-se
da história de Ulisses (ou Odisseu, daí o nome do poema), que, sendo convocado
para a Guerra de Troia (aquela mesma do cavalo oco cheio de soldados), tem que
deixar sua esposa Penélope e seu filho (ainda bebê) Telêmaco e partir numa
jornada de aventuras. Dez anos de guerra e mais dez anos tentando regressar ao
lar juntamente com os companheiros de batalhas (no final, só ele sobrevive).
Nesse meio tempo, muitas façanhas, perigos e (auto)descobertas.
Odisseu enfrentou a
fúria da natureza, monstros poderosos, a ira de deuses do Olimpo e dos Mares, e
a paixão (não correspondida) de uma ninfa do mar que, apaixonada, o prendeu por
sete anos, libertando-o apenas por ordem expressa de Zeus.
Enquanto isso, 108
arruaceiros tentavam convencer Penélope a desposar um deles, dizendo a ela que
o marido morrera. Quando o herói retorna, ele se revela não apenas como o
senhor da casa, mas como o juiz implacável que executa, ao lado do filho
Telêmaco, todos os intrusos.
Das páginas desse texto
fascinante, o que podemos tirar de lição para a nossa vida? Na verdade, é uma
coisa evidente, mas muitas vezes as coisas óbvias também precisam ser ditas.
Ulisses nunca esmoreceu
e acabou por vencer a tudo e a todos porque, nessas duas décadas, nunca passou
um dia sequer sem lembrar daquilo que mais lhe importava: a esposa e o filho.
Era a sua motivação, a sua razão de viver, o que dava sentido à sua vida. E
contra isso nem mesmo os deuses podem!
Ulisses manteve em sua
mente a lembrança de sua amada, que por sua vez também lhe foi fiel e esperou
por esse tempo absurdo a sua volta, mesmo que às vezes parecesse algo impossível.
Não houve um dia sem o pensamento voltado um para o outro, e isso levou o herói
a lutar, sem nem pensar jamais em desistir, para regressar a Ítaca, sua terra,
seu lugar.
Nesse ponto não somos
diferentes dos heróis da mitologia. Venceremos, ou pelo menos lutaremos até o
fim (independente dos resultados que nele habitem) se tivermos em nossa mente
uma convicção, um desejo, uma vontade férrea. A disposição imutável de nunca
desistir daquilo em que pensamos todos os dias.
E você? Qual é a sua motivação? A sua meta, o
objetivo que te faz levantar da cama e empreender todos os esforços para estar
hoje mais perto que ontem? Não importa o que seja. Pode ser a(s) pessoa(s)
amada(s), um bem material, status social, uma honraria ou título, o desejo de
provar aos outros ou (principalmente) a si mesmo que é capaz... Seja qual for a
sua Penélope, lute por ela. Não esmoreça. Tenha sempre em mente que um novo dia
é uma chance a mais de conseguir aquilo que você deseja.
No final das contas, os contratempos e obstáculos,
os inimigos e situações adversas, tudo isso tornará mais doce a sua vitória.
Excelsior!
Celso Moraes F, 12/07/2017