Um desenho que já debutou: tem 15 anos que foi feito. Seu sentido, as coisas que pensei quando o fiz, permanecem atemporais, sobre da ligação entre o que é bom e o que é ruim.
Os dois seres retratados atendem a praticamente todos os clichês possíveis e imagináveis da mitologia cristã. O anjo de túnica e asas brancas (abri mão da auréola acima da cabeça porque ela já me enfastiava desde a época desse desenho). O demônio pelado, evocando mil indecências, com o trio elétrico asas de morcego/rabo em seta/cascos fendidos. Tudo nos conformes do lugar-comum.
E os dois, longe de lutarem encarniçadamente com espadas ou outras armas clássicas, estão se fazendo. Desenhando um ao outro. Compondo o antagonista.
E isso porque, na verdade, eles se complementam. Não haveria a noção do Mal na mente humana se, no extremo oposto, não houvesse a ideia do Bem. E vice-versa. São os opostos que se comple(men)tam.
Uma vez alguém disse que se o Diabo morresse, Deus perderia a razão de ser. E vice-versa. Não entrarei nessas teologias com risco de ser tomado por herege, que esta postagem se pretende leve e focada na ideia de que a noite precisa do dia, o silêncio necessita do som e a vida só faz sentido e tem valor em contraponto com a morte.
E, para mim, quase choca que essa arte já tenha 15 anos...
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